MOÇAMBIQUE (o sonho contado...)

Sai ‘ ihali ? salama...

Olá amigos e família...

Ainda vos cumprimento mais uma vez em emakhua, o dialecto que tantas vezes ouvi e tentei falar nas terras de Nampula...

Já cheguei a casa, em Évora, ontem 28 de Fevereiro... O meu vôo de Maputo correu “normali” e lá estavam à minha espera a minha família e amigos e pessoal da APARF... embora a chegada a Lisboa tenha decorrido ao fim da tarde, fui presenteada com uns cinzentos tons nas nuvens que entristeceram o meu coração... o sol de África tinha já ficado para trás... mas como estava tão enganada... fui recebida ao som de batukes no aeroporto e como tudo se transformou num alegre e suave regressar a casa... em mim pairava um estranho misto de sentimentos e desejos... mas todos os que ali se tinham concentrado para me receber ajudaram-me a sorrir e receberam-me da melhor forma...

Obrigada a todos! Como é bom estar junto dos nossos... em terras já pisadas anteriormente... em espalhar notícias fresquinhas de Nampula e de entregar todos os cumprimentos e “sai ‘ihalis” que trazia...

A minha viagem foi calma... enquanto esperava o pequeno-almoço, as montanhas e vales verdejantes ainda nos acompanhavam lá em baixo, entrelaçados por caminhos que serpenteavam em todas as direcções. Umas vezes caminhos rectos e outras vezes curvas bem demarcadas... assim também foi o meu caminho nestes 2 anos... passei de estrada alcatroada de Évora a picada (terra batida) em Nampula... umas vezes picadas bem alinhadas e outras com muitos buracos... pequenos ou grandes... grandes covas ou valetas... com ajuda ou não da tracção às 4 rodas... com obstáculos de tractores e troncos em que o caminho se fez com a ajuda de catanas que o abriam para que mais uns metros à frente pudéssemos retomar o caminho principal... ou outras vezes puxar as calças para cima a atravessar riachos e ribeiros para chegar ao destino... agora mudei para uma nova fase... estrada alcatroada (ou outra picada ainda mais difícil...!?) onde terei novamente de encontrar o meu caminho...

Em Nampula, o caminho de 2 anos foi muito positivo para mim e para a APARF, como já contei... espero agora gozar a minha família e amigos e organizar a vida... seja ela onde quer que seja e da forma que seja... acompanhada ou sozinha... aqui em Portugal e Évora ou noutro local... deixo nas mãos do Bom Senhor Jesus que acompanha, orienta e guia sempre...

Koxukuru athu othene em Nampula, Moçambique e em Portugal (obrigada a todos)... obrigada por terem aceite a partilha dos 2 anos de Missão.

Um beijinho e estaremos unidos em oração.

Vanda Barnabé

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