DIA MUNDIAL DOS DOENTES DE LEPRA EM MOÇAMBIQUE

É com muita alegria que partilho convosco a celebração do dia mundial da lepra, último Domingo de Janeiro, aqui em Moçambique, Pemba (Província de Cabo Delgado). 

O evento se realizou no posto administrativo de Mapululo, no distrito de Montepuez, a uns 235 km da cidade de Pemba, sob o lema: “Acelerar as acções  pós-eliminação envolvendo os afectados na luta contra o estigma”.

Foi um encontro muito concorrido onde, apesar de ser tempo de chuvas e das grandes distâncias, congregou muitos afectados por esta doença. Eles estavam muito felizes, pois eram os protagonistas. Um grupo da Alemo já levava uma semana ensaiando cantos e danças alusivas à luta contra a lepra, e na verdade fizeram-no muito bem.

Para este evento esteve presente a governadora de Cabo Delgado que dirigiu umas palavras para toda a população. Entre outras coisas informou que a Província diagnosticou no ano 2014, 347 novos casos de lepra e no ano 2015, 236 novos casos. Apesar desta redução, mostrou a sua preocupação, pois a nossa Província ainda é uma das que tem mais casos de lepra, principalmente nos distritos de Chiure, Namuno, Montepuez e Balama.

Também esteve presente o vice-ministro da saúde, que destacou as províncias de Moçambique que registam mais casos de lepra:

Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Sofala, Manica e parte de Gaza. No ano 2015 foram registados 1243 casos novos de lepra.

O Vice-Ministro revelou que no ano 2000 seis países continuaram a registar casos de lepra; deste número, Moçambique e Tanzânia são os únicos países de África que figuravam na lista.

Pediu a colaboração de todos para erradicar esta doença considerada silenciosa. “O tratamento é gratuito, nós queremos que Moçambique esteja livre da lepra, porque esta doença, se não for tratada, provoca sequelas graves no corpo. Pode mutilar, provoca problemas de vista, úlceras etc....”

Depois de eles falarem, dançaram e cantaram cantos alusivos à lepra. Que alegria poder olhar para eles e vê-los tão felizes e com a certeza de que continuarão a lutar para erradicar o estigma e doença de lepra.

Foi-lhes oferecido um almoço, água e refresco. Grande festa! Eram eles os protagonistas e mereciam o melhor!!!!!

Obrigada de coração a toda a grande família da APARF pela sua grande ajuda. Ainda temos muito trabalho para frente, mas com ajuda de Deus e a de todos vós vamos fazer sentir o grande Amor de Deus para cada um deles.

Estrella Arjomil
(Enfermeira, voluntária ao serviço da APARF)


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