CONSTRUÇÃO DE CASA AFRICANA PARA UMA DOENTE DE LEPRA

Posso finalmente informar-vos que no dia 30 de Abril A CASA DA AMINA ESTAVA CONCLUIDA!!! Após todo o mês de Abril, muitas confusões, ora uns dias trabalhavam 3 homens, ora outros apenas 1, …ora faltavam bamboos, ora não havia bidões (aqui chamam-se galões…) para transportar a água do rio para juntar com a terra e fazer o tal matope (espécie de barro) para cobrir a casa, … enfim nesse dia concluiu-se a obra finalmente… deixei a minha função temporária de mestre de obras (sem me entristecer nada…) para ficar como sempre com a função de voluntária e enfermeira. Nesse dia fui ao Cazuzu, a 20 km da Namaita, onde ela mora, buscar o pedreiro que colocou a porta de madeira, oferta da Missão de Murrupula. Enquanto fomos trabalhar com os doentes de lepra, ele colocou a porta. Aqui ter uma porta de madeira, é muito bom, é a melhor porta possível…há casas que nem porta têm, ou então é de chapa de zinco…é preciso ter dinheiro para a comprar (o que é difícil para o povo do mato) e isso a Amina não tem…mas tem muitos amigos aqui em Moçambique e em Portugal que a ajudaram a ter uma casa nova com porta e tudo, como sempre desejou e quis! Ela estava muito feliz. Dei-lhe um cadeado para fechar a porta e trancar a casa. A primeira vez que me pus a pensar na forma como iria fechar a porta, apenas pensei em fechadura…mas que burrice… para quê uma fechadura!? quanto mais fácil for para manejar melhor…estragar-se-ia mais depressa…ficou então com um cadeado a trancar a porta que tinha um gancho de metal para prender a outro gancho que se encontrava no aro da porta, que assentava nas paredes da casa. Como a doente não tem dedos, coloca-se outro problema mas espero que se resolva…dei-lhe uma fita para colocar as chaves do cadeado…a Amina ficou toda moderna e à moda dos acunyas (dos brancos!) com uma fita com as chaves…ela adorou! Espero visitá-la em breve para ver como vão as coisas na sua nova casa. A família é problemática e todos são muito despreocupados e desinteressados… deixaram-lhe os netos menores e os filhos, ou morreram, ou separaram-se e não querem nada com ela que não pode estar sozinha nem se sabe bastar a si própria…

Beijinhos da vossa mpathani 
Vanda - Voluntária da APARF em Nampula - Moçambique

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