Um pouco mais, aqui e ali

Venho por este meio agradecer toda a vossa colaboração e disponibilidade no empenho de ajudar esta causa. Deste modo foi possível dar início à construção de um pequeno Posto de Saúde em Ocua, mais concretamente na aldeia de Mahipa, onde me encontro a desenvolver o trabalho de voluntariado desde Outubro de 2003.

Aqui, praticamente não existem meios de socorrer as pessoas com casos que muitas vezes são simples, mas que se vêm a complicar com o passar do tempo. O carro, oferecido pela APARF há algum tempo atrás, serve de ambulância. Pois o hospital mais próximo fica a cerca de 25km de distância. Deste modo, recorremos mais uma vez à Associação para a construção de um Posto de Saúde onde irá ter condições bem melhoradas com sala de vacinas, sala de pensos, sala de consultas e ainda uma sala para partos.

Todos nós ficámos muito felizes em saber que o projecto foi aprovado. Graças à imprescindível colaboração de todos está a ser construído e todos aqui na aldeia de Mahipa esperam ansiosamente pela abertura do que eles chamam de “Hospital de Mahipa, onde podemos ter os nossos bebés!”

Durante o mês de Julho demos início a um projecto de prevenção da mortalidade infantil, o tratamento de mamãs com problemas relacionados com a gravidez e amamentação. Todas as terças-feiras é feito um encontro com essas mamãs onde são dadas palestras, idas ao hospital para exames médicos, preparação de papas para as crianças desnutridas e outros aconselhamentos. Eu disponibilizei-me nesse dia para acompanhar as mamãs ao hospital de Alua que fica a cerca de 50km da aldeia para fazer vários exames, pois só em Alua existe equipamento necessário para efectuar exames específicos, como ecografias, e onde se encontra a Dra. Elisabetta (M.Comboniana) especializada para estes casos. Tem sido um trabalho bastante interessante e as mulheres da aldeia estão bastante entusiasmadas.

O trabalho relativo aos doentes de lepra vai andando. Cada vez mais vou recebendo boas notícias de cura aqui e ali. Claro que também vão aparecendo novos casos mas quando eu falo de curas são aqueles que iniciaram o tratamento com a minha chegada. A distribuição de sabão continua e às vezes há quem queira ter a doença só para receber uma barra de sabão! Devo confessar que por vezes acabo por ceder e oferecer quando vejo que realmente têm necessidade. Aqui, até uma simples barra de sabão é caríssima e nem todas as aldeias conseguem obter, nem mesmo para vender.

Sandra Figueiredo - Voluntária da APARF

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