Caminhos de Amor

MISSÃO DE MURRUPULA - MOÇAMBIQUE
Amigos e APARF

Um grande abraço do tamanho do mundo para todos vós.

Depois de 19 meses de estadia em Moçambique, na província de Nampula a oitenta quilómetros mais para o interior, ou seja, no distrito de Murrupula, como voluntário da APARF, estou de volta, com o coração cheio e um grande desejo de voltar.

Estou de regresso, mas triste porque fiquei preso aquelas gentes que foram o motivo e a causa pela qual eu fui; tristeza por trazer no coração todas as necessidades e sofrimentos daquelas gentes; simultaneamente, sinto uma enorme alegria e satisfação por saber e ver que mesmo o pouco que se possa fazer, representa muito, para quem de tudo necessita; assim, meu e deles, o nosso BEM HAJAM.

Dou graças a Deus por me ter proporcionado esta bela experiência, esta maravilhosa vivência da qual resulta um enorme crescimento espiritual; como nos dizem os evangelhos, “Deus paga sempre cem por um, mil por um...”

Quero agradecer também a todo o corpo dos Missionários de São João Baptista, pelo apoio logístico, especialmente, em Lisboa, o Sr. Padre Cristino, e em Moçambique, nas pessoas dos Srs. Padres Jacob e Luís, que ajudaram especialmente na obtenção de toda a documentação e apoio junto da Arquidiocese de Nampula das autoridades sanitárias e governamentais; também todo o carinho e apoio das comunidades de Irmãs do mesmo corpo Missionário por onde passei: afinal estamos todos no mesmo barco (irmanados pelo mesmo Espírito), cada qual com o seu remo, seguindo as indicações do Mestre, que é Jesus Cristo nosso Senhor! Graças a Deus!

Agradeço a todos vós amigos, colaboradores, benfeitores e funcionários, que sois o suporte deste grande património legado por Raoul Follereau, à APARF, o meu muito obrigado por ter confiado e apoiado a minha fraca e frágil inter-ajuda, proporcionando-me esta enorme riqueza.

Descrevendo um pouco os trabalhos realizados: no campo, foram percorridos cerca de treze mil quilómetros por caminhos e veredas que só um Jaguar de duas rodas é possível andar por aqueles caminhos que eu lhe chamei e com convicção digo caminhos de amor; foram vistos, isto é, consultados vários milhares de pessoas, adultos e jovens; entre tratados, em tratamento e/ou com alta a cifra situa-se no número de 450 a 500 pacientes.

No terreno deixámos também 12 (doze) bicicletas aos activistas (voluntários nativos que nos ajudam na pesquisa e sensibilização das populações) para que depois de acordo com um calendário pré-estabelecido, nos facilita o trabalho de concentração em determinado local; estas bicicletas foram gentilmente cedidas, oferecidas, pela Fundação Teresa Regojo na pessoa do seu representante Sr. Carreira (quando da sua passagem/visita de trabalho, pela Missão de Murrupula) para quem vão os meus sinceros e sentidos agradecimentos, bem hajam; distribuímos também, na medida do possível e disponibilidades, sal, sabão e outros medicamentos; na Missão, são atendidos idosos, jovens, crianças em primeiros socorros e outras necessidades sanitárias primárias, em número variável de 10 a 30.

Que Deus nos abençoe a todos, nos dê a Sua fortaleza para sabermos estar disponíveis por esta e outras causas que afinal são a razão do nosso existir e de estar neste mundo tão conturbado.

Grande abraço, com um até breve.

Ângelo Bouça 
Voluntário da APARF






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