(...) Está a chegar o tempo das chuvas –
é fundamental arranjar a “picada” (estrada) de acesso à aldeia que normalmente
neste tempo fica intransitável a viaturas, mesmo as 4x4 como a nossa. Esta picada
tem buracos e valas com quase 1 metro de profundidade. Quando chove – e aqui
chove “a sério”, torrencialmente – a estradinha transforma-se num mar de lama. Por
essa razão, uma vez por semana junto-me a 7 voluntários e durante as primeiras
4 horas da manhã carregamos a pick-up com tijolos – paralelepípedos compactos e
pesados que depois são descarregados nos buracos ou valas até ficarem cheios. Garanto-vos
que é um belo exercício físico!
Também por causa das chuvas vamos
reforçar a habitação de um dos nossos doentes, já velhote, que vive sozinho
numa “espécie de alpendre”, isto é, quatro troncos com um pouco de colmo em
cima; lateralmente não existe nada e a chuva entra por todo o lado.
Enfim, procuramos chegar a várias
“frentes”, porque uma doença não se cura tão só com medicamentos. Penso que
estamos a desenvolver um bom trabalho. A APARF tem-me dado o melhor e máximo
apoio e porque tanto me orgulho desta Associação peço aos leitores que
colaborem o mais possível. Podem crer que estão a contribuir para o bem-estar e
felicidade de pessoas que muito sofrem. No que me diz respeito eu estou muito
feliz porque vejo claramente que os nossos doentes estão felizes com o nosso
trabalho.
Gostei de partilhar Mepapa
convosco.
Ana Maria (Voluntária da APARF ao serviço dos Leprosos)
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